PCP: Nova tributação para indemnizações milionárias "muito aquém das necessidades"

O PCP considerou hoje que a legislação que eleva para 42 por cento a tributação das indemnizações dos gestores e administradores de empresas, que segunda-feira entrou em vigor, "fica muito aquém das necessidades".
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"Fica muito aquém das necessidades, sobretudo em sede de IRS pela não tributação acrescida agravada pelo recebimento destas indemnizações chorudas por antecipação dos contratos milionários dos grandes grupos económicos", disse o deputado do PCP Honório Novo, em declarações à agência Lusa.

A nova legislação cria um regime de tributação sobre as indemnizações que os gestores recebam quando terminem funções ou rescindam contratos antes do termo, passando os quadros superiores das empresas a pagar na totalidade 42 por cento de IRS.

A lei, que se aplica a administradores, gestores e gerentes, obriga ainda as empresas a pagar 35 por cento de imposto sobre os prémios, bónus e indemnizações pagos quando os funcionários cessem funções, caso estas remunerações não se encontrem indexadas a objectivos de produtividade definidos nos contratos.

"São medidas profundamente insuficientes, sobretudo face ao agravamento das injustiças, designadamente com o crescimento do desemprego", reforçou Honório Novo, lembrando que o PCP tinha proposto uma taxa mais elevada, de 60 por cento, em sede de IRS.

"Já nem queríamos uma taxa tão elevada como a criada nos Estados Unidos, de 80 por cento", ironizou o deputado do PCP, considerando que em causa relativamente a esta medida estão sobretudo os "grandes grupos económicos" e os "administradores de ponta" e não as pequenas e micro-empresas.

Como "avanço positivo" da legislação adoptada, Honório Novo aponta a tributação das empresas em sede de IRC pelas indemnizações pagas.

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